Page 19 - Liber do Guerreiro
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solar, mais precisamente entre as órbitas de Marte e Júpiter, fragmentos de um cor-
                po celeste que explodiu a milhares de séculos, seu satélite a lua, chocou-se com a
                terra, desse choque formou-se aliás o Oceano Pacífico, após a colisão, a mesma re-

                tornou ao espaço, mas a perda de velocidade, tornou-a prisioneira do nosso plane-
                ta, convertendo-a em seu satélite. A face lunar, apresenta de maneira inequívoca as
                cicatrizes daquela tragédia. Qual a causa daquele desastre ? Uma guerra nuclear,

                um conflito surgido pela escassez de recursos naturais, entre eles, e principalmente
                a água. Nós guerreiros não permitiremos que a terra tenha o mesmo destino. A es-
                pécie humana tem o livre arbítrio para decidir o seu futuro, mas não tem o direito
                de destruir o que não lhe pertence.


                     Este mundo que habitais, é emprestado a vós, é semelhante a situação de u-

                ma casa alugada. Estais obrigados moralmente a conservá-la e mantê-la em boas
                condições de uso, enquanto durar o período de permanência, sereis responsabiliza-
                dos por todos os danos e avarias causados a sua estrutura natural, esses custos se-
                rão debitados em suas contas cármicas pessoais. Nós guerreiros, somos os zelado-

                res da terra. O Conselho Supremo nos delegou esta incumbência, e nós a cumprire-
                mos, podem disso ter a certeza. Deus ama todas as suas criaturas viventes,
                mas admira também as suas criações arquitetônicas, e não é do seu agra-

                                                                 .
                do vê-las maltratadas ou negligenciadas A terra, sempre foi um belo e har-
                monioso local no Universo, e tornará a sê-lo, com ou sem a presença da espécie
                humana em sua superfície. Há algumas centenas de milhares de anos, tornou-se o

                planeta, um imenso cemitério, com pouquíssimos sobreviventes do seu último holo-
                causto. Uma nova oportunidade foi concedida ao ser humano, e com certeza terá
                sido a derradeira. Ou o homem aprende a conviver harmoniosamente com os ele-

                mentos naturais, ou será sua vítima. Não há mais tempo, não haverão mais chances
                Não há poder sobre a face da terra, capaz de deter a força dos elementos, e há si-
                nais evidentes de que essa força está se descontrolando de maneira perigosa; ela
                age implacavelmente, não faz distinções, ou considerações, não respeita obras ou

                convenções humanas, apenas atua, exercendo de maneira e irresistível o seu pode-
                rio incontrolável. Esperamos sinceramente não sermos obrigados a intervir de ma-
                neira drástica, em conseqüência; da incúria e do orgulho irresponsável da atual elite

                dirigente  deste  orbe.  Considerem  seriamente  estas  palavras  de  advertência,  elas
                não representam uma ameaça ou ultimato. Nós guerreiros não fazemos ameaças ou
                entregamos ultimatos. As ameaças derivam da própria atuação do homem que em

                sua sêde de glória e poder efêmeros, colocou em risco a sua própria sobrevivência.
                Façam como eu, que luto nesse momento pela minha integridade, enfrentando um


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